12 novembro 2018

Mostra PEIBÊ reune autores independentes e celebra o mês do fanzine


A Mostra de Zines PEIBÊ este ano aconteceu em dois dias,
contando com oficinas, rodas de conversa, exposição e feira.
O Instituto Federal Fluminense Campus Macaé abrigou pela segunda vez um evento dedicado aos fanzines e publicações alternativas, a Mostra PEIBÊ, que entrou, desde a fundação da Fanzinoteca IFF Macaé em 2017, para o calendário anual dos eventos nacionais que celebram o Dia Nacional do Fanzine, data agitada pela comunidade fanzineiros do Brasil, em lembrança do pioneiro zine Ficção, editado pelo cartunista e colecionador de HQ Edson Rontani. A Mostra de Zines este ano aconteceu em dois dias, 25 e 27 de outubro, compondo a programação da Expocit, uma feira acadêmica que envolveu a comunidade estudantil e promoveu várias atividades no decorrer da semana, o que oportunizou grande afluxo de estudantes e trouxe visitantes externos em caravanas. 
As atividades da Mostra de Zines aconteceram em sua maior parte na própria Fanzinoteca, que esteve lotada no decorrer do evento, e ocupou a quadra poliesportiva da campus no fim do dia, junto aos eventos culturais que aconteceram no fim da semana, incluindo o Halloween da Diversidade, que além do aspecto lúdico associado à festividade, propôs uma reflexão sobre vários temas enfrentados pela sociedade brasileira e mundial no que diz respeito à intolerância.
Exibição do documentário "Fanzine Tchê, 30 anos
de Resistência, inspirando as rodas de conversa com autores.
Oficina Zoozine, com os biólogos Elidiomar Ribeiro da Silva
e Luci Boa Nova, que empolgou o público com a proposta de
unir cultura pop e zoologia.
Ao longo das últimas quinta e sexta de outubro, a programação contemplou oficinas pela manhã e tarde reservada para rodas de conversa com autores presentes, em uma descontraída e entusiasmada interação com a comunidade estudantil, que garantiu a lotação do espaço, mesmo com tempo de chuva. Além dos estudantes da casa, muitos visitantes, tais como os jovens ligados à ong Viva Rio. A exposição de zines, recentemente doados à Fanzinoteca, teve destaque na Mostra. Durante as rodas de conversa, autores e autoras presentes puderam falar sobre sua produção e trajetória na autopublicação com ênfase na fanzinagem, entre os quais estiveram convidados oriundos da capital e até mesmo um docente da rede federal de ensino do estado da Bahia. Houve exibição do documentário inédito "Fanzine TCHÊ, 30 Anos de Resistência", nos dois dias, a partir do qual as rodas de conversa tiveram como tônica os relatos de artistas independentes que evidenciaram a automotivação que move o fazer zineiro, o processo artesanal da produção criativa e gráfica hoje e nos tempos pré-internet e também como o zine tem, no contexto da educação, uma seara promissora para sua inserção e revitalização nos dias atuais. Entre debutantes na área dos fanzines, bem como veteranos de cerca de 40 anos no fanzinato que conheceram a Fanzinoteca, destacando-se ineditismo e importância do espaço dedicado à memória das publicações contra-hegemônicas.
Oficina de Zine Pop-Up com Sara Gaspar, apresentando
possibilidades criativas na artesania zineira.
Autores veteranos com destaque no fanzinato e que puderam compartilhar suas experiências com novos autores, participando da feira de zines e rodas de conversa, entre eles, Wagner Teixeira , Diego Gomes, Carole Bê, Sergio Junior, Paulo Carvalho, David Beat, Gabriel Belmont, Yuri Belmont, Yassu Noguchi, Matheus Araújo, Fabíola Barcelos, Grupo de Leitores Passarinhos no Sótão, Karoll Castro, e os projetos de zine da casa, Coletivo IFanzine e Em Cada Canto um Conto. 
A feira de Zines ocupou a quadra poliesportiva, reunindo
autores convidados e novos talentos revelados pelo projeto.
A coordenação da Fanzinoteca  agradece imensamente aos visitantes, sobretudo aos autor@s que vieram de regiões mais distantes e que diversificaram o conteúdo das publicações e repertório em cena no evento, que contemplou expressões de quadrinhos, literatura, abordagens politizadas sobre alimentação, resgate de tradição oral, movimentos sociais, punk, visualidades, entre outros, como fio condutor de diálogos ocorridos num clima acolhedor de respeito ao diverso, com ênfase na criatividade e generosidade presente na relação dos que fazem e apreciam o fanzine.  
A II MOSTRA de ZINES PEIBÊ é uma estratégia promissora para aglutinar autores afeitos à autopublicação e identificados com o fanzinato e firma-se como um destacado evento de cultura independente do estado do Rio, provando que o zine continua mais vivo do que nunca.

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