Recebemos com muita honra uma resenha do zine PEIBÊ feita pelo professor Henrique Magalhães.
FANZINE E EXTENSÃO
A utilização do fanzine como instrumento pedagógico e estímulo à autoralidade tem sido uma prática exitosa, embora ainda não tão recorrente; em geral, quem se aventura nesse exercício de criatividade já passou pela editoração e tem domínio de seus processos ou, de algum modo, se dedicou a pesquisar esse tipo de publicação. São editores de fanzines, por vezes cartunistas, que com o tempo se tornaram educadores e aplicam esse conhecimento adquirido com a produção alternativa ou independente.Flayer de divulgação - Pré-Lançamento da edição impressa do zine PEIBÊ 5 |
O projeto IFanzine, do Instituto Federal Fluminense, Campus Macaé, é um bom exemplo disso. Trata-se de um Projeto de Extensão coordenado pelo Programador Visual Alberto de Souza (Beralto), que junto a bolsistas da instituição reúne trabalhos dos alunos e de colaboradores para a edição do fanzine Peibê. Já saíram cinco números da publicação em quatro anos de atividades. Em 2016 o Peibê foi contemplado com o Troféu Angelo Agostini como melhor fanzine, atribuído pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo.
Um dos livros de Henrique Magalhães sobre a trajetória dos fanzine no Brasil -Editora Marca de Fantasia - |
Nesse sentido, a edição do Peibê traz excelente matéria sobre as atividades do professor Carlos de Brito Lacerda, bacharel em Geografia e Professor do Ensino Médio e Fundamental em Senador Canedo, Goiás. Carlos também trabalha com a produção de fanzines em sala de aula como atividades didático-pedagógicas, utilizando os quadrinhos e a confecção de publicações por meio do núcleo Fanzinação e a realização do Fanzinaço.
Além de quadrinhos e ilustrações do editor, de alunos e autores convidados, a exemplo de Edgar Franco, Danielle Barros e Cátia Ana, temos ainda entrevista com esta autora goiana, que revela os meandros de sua obra e seu processo criativo. O Peibê é um sopro criativo que mostra a potencialidade expressiva dos jovens autores por meio da edição de fanzine e, sem dúvida, aponta para um dos mais producentes caminhos que esse tipo de publicação deve seguir.
Henrique Magalhães
Pioneiro no estudo acadêmico desta mídia marginal, Magalhães escreveu 4 livros sobre o tema: O Que é Fanzine? (1993), O Rebuliço Apaixonante dos Fanzines (2003), A Nova Onda dos Fanzines (2004) e A Mutação Radical dos Fanzines (2005). Em 1995, criou a editora Marca de Fantasia, um dos mais interessantes projetos editoriais independentes brasileiros, pela qual publica preciosidades dos quadrinhos alternativos e textos acadêmicos sobre HQ e cultura pop. É também professor no curso de Comunicação Social da UFPB.
Site da
Editora Marca de Fantasia
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