23 janeiro 2018

Zine MARX NA ATUALIDADE - Versão online

Autor: Beralto

ZINE MARX NA ATUALIDADE 
Marcando a inauguração da primeira Fanzinoteca física do interior do estado do Rio de Janeiro, a presente edição do selo editorial "Coleção Fanzinoteca IFF Macaé" apresenta a abordagem do pensamento de Marx, sob o olhar dos jovens estudantes do IFFluminense Campus Macaé, instituição de ensino profissionalizante que integra a rede pública federal de ensino e que abriga a Fanzinoteca, espaço dedicado à preservação da memória das publicações paratópicas e que vem estimulando a formação de novos autores entre os jovens estudantes da instituição, representando um marco na inserção do fanzine como uma ferramenta pedagógica e estímulo à subjetivação e autoralidade no espaço do ensino e aprendizagem. Na presente edição os tópicos Divisão de Classe, Exploração da Classe Operária, Alienação e Ideologia, foram abordados de forma criativa e autoral, com colagens, cartuns e ilustrações que atestam o potencial do zine como mecanismo de potencializar a produção textual, o estímulo aos talentos individuais em múltiplas linguagens e como veículo para estímulo a formação de criticidade e reflexão coletiva. Como a presente publicação cita em uma das falas: "Filosofia e Zine são para malucos". Complementamos - Ainda bem!
Autor: Paulo José

Zine MARX NA ATUALIDADE - Algumas considerações

É impressionante o poder que determinadas organizações e estruturas têm – resistindo à passagem do tempo – de conservar algumas de suas mais fundamentais características. O capitalismo é um exemplo preciso do que acabamos de afirmar. Por mais que já tenha atravessado décadas e mesmo séculos, experimentado certas mudanças e adaptações, é inegável que o sistema capitalista tem conservado com vigor uma de suas marcas mais distintivas: a produção, em larga escala, de gritantes desigualdades sociais.
Cremos que, no século XIX, um filósofo alemão, chamado Karl Marx, elaborou a mais emblemática e contundente crítica ao capitalismo. Segundo sua avaliação, a referida estrutura econômica provoca uma terrível divisão na sociedade. Disto decorre que poucos indivíduos – os donos do capital – possuem inúmeras riquezas, enquanto uma quantidade enorme de pessoas – em especial, a classe trabalhadora – se vê numa árdua batalha diária pela mais básica sobrevivência.
Equipe do IFanzine durante a elaboração
Produção do zine em andamento: colagens, cartuns,
máquina de escrever e tipografias com uso de normógrafo.
De fato, na perspectiva de Marx, o trabalhador é um ser explorado, espoliado, alienado, coisificado e iludido pelas forças do capital. Diante deste panorama profundamente injusto, Marx não se esquivou de gritar bem alto, em sinal de protesto. O som de sua voz reverberou com tamanha intensidade, que nos alcançou. Sim, eu, Alberto, Sara, Karol, PJ e Kezia nos juntamos ao pensador germânico, e declaramos nossa posição contrária a um sistema gerador de toda sorte de mazelas e aberrações econômicas e sociais.
Ainda hoje, em pleno século XXI, constatamos, sem dificuldade, que a sociedade se encontra dividida entre os poucos que têm muito dinheiro e os muitos que têm pouco ou mesmo nada. Desde os tempos de Marx, até os nossos dias, o trabalhador – de forma geral - é oprimido e dilapidado, tratado com escancarado desprezo pelo capitalismo, como uma simples ferramenta produtiva, uma espécie de animal de carga, cuja função é girar a engrenagem voraz que multiplica as cifras do patrão e condena milhares de sujeitos a condições subumanas de vida. Afinal de contas, desemprego, miséria, fome e outras atrocidades permanecem no cardápio capitalista, como um tipo de alimento estragado cotidianamente servido à sociedade, sobretudo às massas economicamente menos favorecidas.
Como dissemos, manifestamos nosso repúdio a tal conjuntura. Por isso, filosofia e arte, que se entendem tão bem e, diga-se de passagem, são ambas menosprezadas pelo capital, se uniram para refletir, questionar e denunciar este sistema. O resultado é o fanzine que você tem em mãos, intitulado Marx na atualidade. Vale ainda ressaltar que, junto com a nossa crítica, eu, Alberto, Sara, Karol, PJ e Kezia – responsáveis pelo fanzine – guardamos a firme convicção de que a realidade pode ser alterada e uma sociedade mais justa e solidária pode nascer, a partir de nossa conscientização e ação.

Leonardo Berbat de Brito
Professor de Filosofia 
IFFluminense Campus Macaé

ACESSE ABAIXO O ZINE EM VERSÃO ONLINE:


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